Archive for 9 de Fevereiro, 2007

9 / Fevereiro / 2007
Melinda e Melinda
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Quem já assistiu a algum filme de Woody Allen já sabe o que pode esperar deste diretor e roteirista novaiorquino.
O filme começa num bar, onde se reúnem 4 pessoas, sendo duas delas escritores. Um destes escreve peças dramáticas, o outro escreve sobre comédia. Os dois iniciam uma discussão sobre qual é a melhor maneira de ver a vida, como comedia ou como drama?
Para ilustrar a sua opinião o escritor de peças dramáticas cria uma história protagonizada por Melinda (Radha Mitchell). Essa história é um drama romântico.
O outro escritor, o que vê a vida como uma comédia, se usa da mesma protagonista, Melinda (Radha Mitchell), para criar uma comédia romântica. Pronto… Essa é a raiz do filme. O interessante é que as histórias não tem linearidade. O filme passa e algo de uma história passa para a outra, o que muda é o objetivo de cada narrador.
O filme, em si, não é nada de mais… Há filmes de Woody Allen mais engraçados e mais dramáticos. O diferencial de Melinda e Melinda é o modo como ele é contado, e só.

Melinda e Melinda (Melinda and Melinda)
Estados Unidos: 2005
Direção: Woody Allen
Duração: 99 min

9 / Fevereiro / 2007
Rapsódia em agosto
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O filme se passa no Japão, no começo da década de 90. Quatro jovens estão passando as férias na casa de sua avó, que mora próximo a Nagasaki. A avó dos garotos é uma das poucas pessoas que sobreviveram à bomba atômica, e é essa (a bomba, não a senhora!) que é a personagem principal do filme.
As feridas causadas pela explosão são sentidas em todos os momentos do filme. O avô dos garotos morreu na explosão e a avó, por causa da radiação, perdeu um pouco dos cabelos. Percebe-se então que o “serviço” dos E.U.A foi bem feito.
O filme é cheio de mensagens, aconselho o artigo “Rapsódia em Agosto, uma canção pela paz entre os povos” para um aprofundamento.
Ah… outra coisa interessante no filme é ver Richard Gere falando japonês.

Rapsódia em Agosto (Hachigatsu no rapusodî)
Japão: 1991
Akiro Kurosawa

9 / Fevereiro / 2007
As luzes de um verão
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Certos filmes servem para que o espectador saia da sua realidade e seja transportado para outra área, tanto psicológica quanto fisicamente. Quem quiser ver um pouco do Vietnã deve assistir esse filme.
Em termos de trama, de roteiro, não há muito o que dizer. O filme gira em torno de um grupo de irmãos, sendo três mulheres e um homem. A irmã mais nova mora com o irmão, e as outras duas irmãs são casadas e cada uma tem uma vida estável junto da sua família.
Tudo muito comum, normal, se não fosse o fato do filme se passar no Vietnã. Podemos, a partir de então, contemplar os costumes e as paisagens do lugar. O filme tem uma boa fotografia que ressalta as cores e faz cada cena parecer uma paisagem. Os atores atuam de forma satisfatória, com exclusão de Tran Nu Yên-Khê, (que interpreta a irmã mais nova, Lien) que se destaca e, além do mais, é dotada de uma singela beleza.
Além do exótico há aqui um ponto muito interessante: a trilha sonora é deliciosa.Indico, para degustação, a música Pale Blue Eyes.

As luzes de um verão (À La Verticale de l’été)
Vietnã, França: 2000
Direção: Tran Anh Hung
Duração: 112 min

9 / Fevereiro / 2007
Nossa Música
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Este filme é muito propício para ilustrar a questão do cinema “alternativo”. É bom esclarecer que este alternativo é em relação ao cinema mercadológico americano, o cinema-produto, o cinema “sem alma”, mas não que todo o cinema americano seja assim. O fato é que Hollywood descobriu como “enlatar” o cinema e enriquecer com isso…. Então até hoje é odiada por ter sido bem sucedida.
O filme discute sobre a guerra, ou melhor, o ato de guerrear e suas implicações. Ele é dividido em três partes: inferno, purgatório e paraíso. A cena do inferno dura uns 10 minutos e é composta por cenas de guerra, morte, tiroteio, valas comuns, o terror da guerra acompanhado por algumas frases e peças musicais.
A seguir vem o purgatório. Essa parte é filmada na Sarajevo contemporânea e dura aproximadamente uma hora. Aí se encontra a parte mais densa do filme, com diálogos interessantíssimos e ásperos. Para se ter uma idéia o próprio Godard (que é o diretor do filme) aparece no filme, dando uma aula (muito interessante por sinal) sobre a relação da imagem com o meio. O tema central dos diálogos e de toda a discussão é a guerra, várias nuances deste fenômeno criado pela humanidade.
A parte final, o paraíso, mostra uma praia tranqüila, pacífica, onde as pessoas podem andar e brincar tranquilamente, despreocupadas, protegidas pela natureza, pelo azul do céu e pelas armas dos soldados americanos que a protegem…

“If you can understand what I’m saying, you’re not paying attention.”

Nossa Música (Notre Musique)
França: 2004
Diração: jean-Luc Godard
Duração: 80 min